Com certa frequência somos “bombardeados” por frases / bordões que muito rapidamente viram uma mania passando a ser repetidos exaustivamente por muitas pessoas ao mesmo tempo. Essa curiosa repetição é conhecida na comunicação através da nomenclatura “MEME”. Um ‘meme’ pode ser constituído de conteúdo verbal, gestual, visual (imagem) ou associaçao de vários componentes que, devido a determinados contextos, são transmitidos rapidamente entre os indivíduos através da comunicação boca-a-boca (buzz) ou propagado por meios de comunicação ou ainda até mesmo intermediado por algum veículo midiático. Também se atribui o mesmo significado para coisas que conquistam sucesso de acesso na internet (meme de internet), como os virais, hiperlinks, vídeos, imagens, por exemplo.
“Um ‘meme de ideia’ pode ser definido como uma entidade capaz de ser transmitida de um cérebro para outro. O meme da teoria de Darwin, portanto, é o fundamento essencial da ideia de que é compartilhado por todos os cérebros que a compreendem” (Dawkins, 2001 apud Recuero, 2009).
Os “memes” podem ter origens diversas. Muitos tem origem nos meios de comunicação de massa através de bordões ditos por personagens de novelas, filmes, seriados e programas de humor. Outros surgem na mídia internet e se propagam pela rede através de sites de relacionamentos como o twitter, famoso por propagar memes em forma de hashtags (toda sextas-feiras existem os #FF, hashtag abreviada de Follow Friday, ou seja, recomendações de perfis amigos para serem seguidos). Há os que possuem núcleo no cotidiano popular, no “conhecimento do povo” e são transmitidos através das gerações ou pelo fator cultural.
Há ainda, os que possuem princípio em campanhas publicitárias e vice-versa, ou seja, fatos que se concretizam como memes e posteriormente são utilizados em publicidades, como o exemplo recente “Mude!” propagado para marca Itau e produzido a partir de vídeo famoso na internet. Além disso, o singelo vídeo em questão virulizou outra polêmica: o fato da suposta imagem da folha de cannabis aparecer no vídeo original e que passou desapercebida, indo “ao ar” em rede nacional.
Um aspecto muito interessante de um MEME é que o mesmo pode ter variações e modificações, ou seja, durante a disseminação do conteúdo, cada pessoa pode dar seu “toque pessoal”, alterando a configuração e contexto do elemento, porém sem eliminar o conceito principal. Alguns conquistam fama tão rápida como um rastro de pólvora e em muitos casos com poucas explicações plausíveis para tal sucesso. Recentemente o bordão “… menos a Luíza que está no Canadá” virou uma mania na internet brasileira. A frase, parte do texto da campanha publicitária de empresa imobiliária, passou a ser repetida com frequência nas redes sociais, atribuindo um sentido irônico e proposital para uma frase qualquer, do tipo: Todos viram a oferta do colchão inflamável, menos a Luíza que está no Canadá.
Da internet, para a TV!
Depois do sucesso na internet, o “meme da Luíza” ganhou a mídia televisiva e foi incorporado em pautas jornalísticas e de programas de humor. Tal fato até foi questionado pelo apresentador do SBT, Carlos Nascimento, criando algo como uma “pauta dentro da pauta”. A chamada feita também criou motivos para debate, devido a conclusão do apresentador sobre a inteligência do povo, ou da própria mídia.
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